terça-feira, 13 de março de 2012

Livro 59 - Correndo com Tesouras - Augusten Burroughs




Livro 58 - Correndo com Tesouras - Augusten Burroughs

A capa do livro traz a seguinte frase: "memórias de um adolescente e sua família muito louca".

Augusten Xon Burroughs é o nome adotado por Christopher Robison. Ele é filho de John Robinson, diretor da faculdade de Filosofia da Universidade de Massachusets e alcóolatra, e de Margaret Robinson, escritora e poeta, e também maníaca-depressiva.

Com essa "base", Augusten escreve Correndo com Tesouras. Conta como era viver com a embriaguez do pai, com os surtos da mãe, com a ausência do irmão, e, pós divórcio, como foi conviver somente com a mãe e o seu psiquiatra, no livro chamado de Dr. Finch. Após um período, sua mãe o manda viver com a família pouco ortodoxa do médico, que, segundo Augusten, incluia fazer o que bem entender, comer ração de cachorro, ter uma árvore de Natal e cocos de cachorros no meio da sala o ano inteiro, além de brincadeiras com um aparelho antigo de eletrochoque do Dr. Finch.

Depois de sucessivas crises psicóticas e de assumir sua homossexualidade, sua mãe incumbe Dr. Finch de ser o tutor legal de Augusten, tornando sua estada na casa da família praticamente definitiva. Isso inclusive fez com que ele, que também se assumiu gay, tivesse um relacionamento com um dos "filhos adotivos" do médico - detalh: ele tinha 13 para 14 anos, e o filho, 33. E ainda teve o aval de sua mãe.

Augusten conta que ficou muito próximo de Natalie, a filha mais nova do Dr. Finch, inclusive morando junto com ela, na tentativa dos 2 de estudar, se formar, pois, como tudo na família, não havia regras, e frequentar a escola era algo que poderia ser "quebrado".

Bom. Até ai, apesar de chocante, retratava a vida do autor. Uma autobiografia.

Podemos considerar o livro a primeira parte da história.

A segunda parte da história entra com a verdadeira Natalie sabendo que o antigo amigo lançou um livro e o comprando para ler. Se quem lê sente um soco no estômago, como fala na contracapa do livro, imagina como "Natalie" se sentiu, vendo sua família ser retratada de um jeito, que, segundo ela, não condiz com a realidade. Embora seu pai tenha tido o diploma cassado entre outros detalhes.

"Natalie", que na verdade se chama Thereza, conta que foi aí que começou a humilhação e a vergonha da família Turcotte - os Finch da "ficção".  A família concedeu uma entrevista para a revista Vanity Fair (americana):

http://www.vanityfair.com/culture/features/2007/01/burroughs200701

Isso tudo me lembrou a velha discussão filosófica sobre a VERDADE. Verdade pode ter vários significados.  Para os estudiosos, por exemplo, em antropologia cultural, artes, filosofia, os fatores envolvidos implicam no imaginário, na realidade e na ficção. Óbvio que não há consenso entre filósofos e acadêmicos,  e teorias existem e continuam sendo debatidas sobre o que é a verdade.

Para Nietzsche a verdade é um ponto de vista. Ele não define nem aceita definição da verdade, porque não se pode alcançar uma certeza sobre a definição do oposto da mentira.

Há experiências e vivências, onde cada pessoa envolvida se lembra e destaca um dos aspectos, e nenhum deles forma o "todo".

Acredito que não dá para discutir sobre a verdade da história de Augusten e a verdade da família Turcotte. Há, sim, vivências e pontos de vista. Para "Natalie/Thereza", sua família era daquele jeito, pouco ortodoxa, "normal' de um jeito freak, mas era sua família. Já para Augusten, obcecado com polimento de moedas, organização e seu próprio penteado quando criança, passar por um divórcio problemático dos pais, conviver com os surtos psicóticos da mãe e do abandono do pai, ser colocado em uma família oposta em tudo ao que ele considerava normal e aceitável, e seu relacionamento com um pedófilo, praticamente, faz com que sua biografia seja realmente cínica, mostrando como ele conseguiu sobreviver a um mundo caótico dentro das circunstâncias de sua adolescência.

Encerro com uma frase da Filósofa Hanna Arendt:

"Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história".

E foi isso que Augusten fez.


http://www.independent.co.uk/news/people/profiles/augusten-burroughs-writing-saved-my-sanity-434920.html

Para quem quiser, o livro foi transformado em filme: http://www.imdb.com/title/tt0439289/

domingo, 11 de março de 2012

Livro 58 - Idoru - William Gibson


Livro 58 - Idoru - William Gibson

Bom, ontem postei outro livro do mesmo autor, o Neuromancer, que deu origem ao universo Matrix. Neuromancer foi escrito em 1984.

Resumindo um pouco, William Gibson é considerado um dos pais do cyberpunk, movimento este que na literatura mistura ficção científica, elementes de filmes noir e muita, muita tecnologia. O comparam com Raymond Chandler, escritor de livros policiais, que se transformaram em filme, com Humphrey Bogart no papel principal. A diferença que William é o Raymond da era digital.

Idoru é considerado seu melhor trabalho, e foi escrito em 1996. Para quem é fã, é difícil escolher um livro somente. Mas fica a critério de quem se interessar.

Vamos à historia. Chia é uma adolescente de Seattle fã de uma banda chamada Lo/Rez. Inclusive faz parte do fã clube oficial da banda. Há boatos de que Rez, um dos integrantes da banda, decide se casar com uma agente - a Idoru do título, que se chama Rei Toei. Que não passa de um holograma, algo inventado, uma cantora fabricada para fazer sucesso. Intrigadas com esses boatos, Chia é escolhida pelo grupo de Seattle para viajar até Tokio para averiguar essa história.

Laney é o outro personagem principal, um analista de dados, retirando, de dados deixados pelas pessoas no mundo virtual, padrões aparentemente sem sentido, mas cruciais. Após um incidente em seu antigo emprego, em um grupo midiático que constrói e destrói celebridades a seu bel prazer, é contactado para trabalhar para alguém ligado a Rez.

Personagens de "carne e osso" se interligam com personagems virtuais, como os residentes da Cidade Murada, uma cidade mais que virtual, onde pessoas passam mais tempo conectadas do que em suas vidas "reais" - como se houvesse uma inversão: suas vidas "reais" são as vidas "virtuais".

As vidas de Chia e Laney acabam, lógico, interligadas pelo fio do "amor" que une Rez e Rei. Real e virtual. Um relacionamento baseado em sentimento, tecnologia, loucura, causando comoção entre os fãs, repulsa e estranhamento.

Tudo isso entremeado por elementos da máfia e contrabando de nanotecnologia.

Se houve "casamento"? O final do livro responde.....

sábado, 10 de março de 2012

Livro 57 - Neuromancer - William Gibson


Livro 57 - Neuromancer - William Gibson

Para falar sobre esse livro acho melhor fazer por partes. É um livro escrito por um dos pais do cyberpunk, em meados da década de 80, William Gibson, e esse livro deu origem ao filme Matrix.

Cyberpunk é considerado, na literatura, um sub-gênero da ficção científica, utilizando elementos de romances policiais, film noir e pós-modernernismo. Basicamente o foco é a tecnologia, onde os seus personagens tem mais vida online do que off line. Lógico que essa é a definição do termo na literatura, mas é algo que engloba muito mais - música, moda, HQ, filmes, enfim, um estilo de vida.

William Gibson é considerado um "profeta noir" do gênero, e, além de escritor, é também roteirista, como alguns alguns episódios de Arquivo X e do filme Johnny Mnemonic - O Cyborg do Futuro. Ele, Bruce Sterling e John Shirley, são considerados, de certa forma, "crias" de George Orwell.

Neuromancer foi escrito em 1984, e é mais atual do que nunca. Descreve realidades virtuais, informação X poder, inquietações filosóficas e históricas, além de personagens niilistas, violentos e trama com muita ação.

Pós Blade Runner e pré Matrix, é considerado o livro que deu origem ao roteiro do filme, ou, pelo menos, suas idéias principais, como a Matrix (que existe no livro como é mostrada no filme), Zion e seus moradores, aguardando a salvação, junto com inteligências artificiais.

A tradução desse livro foi feita por Alex Antunes, jornalista e escritor, também da vertene cyberpunk (lógico), autor de A Estratégia de Lilith), e seu prefácio do livro resume tudo o que eu gostaria de escrever aqui. Ele faz uma comparação ao personagem Case com Neo, um cowboy do cyberespaço contactado por Molly (Trinity?) a mando de Armitage, um ex-oficial das Forças Especiais, oferencendo uma cura para Case em troca de uma missão, que ninguém sabe ao certo para que ou para quem se está trabalhando, na verdade.

Alex faz uma analogia bem interessante com Matrix, o filme - seria ele uma  homenagem ou simplesmente uma "cópia" de Neuromancer? Apesar de todos esses elementos em comum, há muita diferença, como se Matrix fosse somente um esboço de um roteiro adaptado de Neuromancer. Molly é bem mais blasé e violenta do que Trinity. E Case é mais na dele e não tão, sei lá... indeciso, quanto Neo. Armitage é também muito diferente do "do filme".

É muito complicado essas "homenagens/adaptações". Lendo o prefácio, me lembrei de uma série de desenhos dos anos de ouro da MTV, nos anos 90, Aeon Flux, que virou filme com Charlize Theron no papel principal, em 2005. Mas a personagem do desenho é muito mais filha da puta e descolada do que a personagem do filme - pressão de Hollywood, talvez?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Neuromancer

sexta-feira, 9 de março de 2012

Livro 56 - Valsando com a Gata - Pam Houston


Livro 56 - Valsando com a Gata - Pam Houston


Confesso que esse é um dos meus livros preferidos. Pam Houston é ganhadora do prêmio literário Western States, pelo livro "Meu Fraco são Cowboys", entre outros prêmios. Pam é colaboradora também de várias revistas e professora na Universidade da Califórnia.

Vamos à história. Lucy O'Rouke é fotógrafa, vive de um lado para o outro, vive com o peso de ter tido uma infância com pais problemáticos. Tudo isso contribui para que Lucy viva na corda bamba e se exponha em aventuras extremas, como um rafting em um canyon, onde sofre um acidente, um quase ataque de um caimã durante uma expedição pela floresta Amazônica e enfrente um furacão enquanto navega com 2 amigos. Além, é claro, de não ter sorte no amor. Todo esse desequilíbrio é claro que afeta toda sua vida, inclusive sua vida familiar e amorosa.

Em um episódio de sua vida, onde as coisas mais uma vez parecem contribuir contra Lucy, em um aeroporto, acontece um encontro místico. Um homem se aproxima, se apresenta como Carlos Castaneda, a chama pelo nome e fala coisas para ela que aparentemente não fazem sentido - no momento.

Esse encontro a ajuda a ir em busca do equilíbrio necessário para sua vida, de saber escolher com quem se relacionar e em que aventuras se meter, até arrumar o que Lucy chama de verdadeiro lar - um rancho no meio das Montanhas Rochosas, herança da avó materna que nunca chegou a conhecer.

Não há final feliz, como finalmente ela se encontrou, está em equilíbrio, e blá blá blá, todo aquele falatório água com açucar de romances. Mas, sim, o livro fala de um processo, de um caminho que a protagonista escolhe para sua vida. E faz com que tenhamos vontade de saber: o que será que ela está fazendo da sua vida por agora?

PS - Sorry, mas só consegui essa foto tosca da capa do livro. Uoh.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Livro 55 - Fashion Marketing - Relação da moda com o mercado - Gloria Kalil


Livro 55 - Fashion Marketing - Relação da moda com o mercado - Gloria Kalil

Gloria Kalil é mais do que a "dona" do site Chic e consultora de etiqueta que aparece no Fantástico. Com uma longa experiência na moda, como empresária nos anos 80, onde trouxe a Fiorucci, marca italiana famosa por seu logo de anjinhos, para o Brasil. Com a falência da marca, na Itália, ela encarou, de 1993 a 1995 a marca Jeigikei. Desde esse ano, investiu na carreira de consultora de moda e negócios, além de seu trabalho como jornalista em várias mídias, inclusive como autora de vários livros de estilo e comportamento.

Porque toda essa introdução para Glorinha, como é chamada? Para mostrar que seu trabalha vai muito além de dizer que tipo de calça é adequada para que tipo de corpo, o que usar num casamento de dia, como se portar numa festa de empresa e por ai vai, esclarecendo as dúvidas do povo.

Com sua larga experiência e com o apoio do Senac, em 2006 ela organizou o seminário Fashion Marketing, para discutir as diretrizes da moda brasileira - qual é sua identidade, moda brasileira brilha mas não vende, a criatividade da moda, e muito mais.

Como ela mesma falou, moda não é sonho. É indústria.

Este livro reune palestras de 3 anos do evento - 2006, 2007 e 2008, onde participantes como Carlos Miele, Karim Rashid, Paulo Borges, Sarah Lerfel, Alexandre Herchcovitch, Ermenegildo Zegna, Tufi Duek, entre outros profissionais da moda, tanto brasileiros quanto estrangeiros se reuniram para discutir essa indústria de moda.

Acho fundamental para todos que querem saber mais sobre a relação moda X mercado, e, para finalizar, deixo as próprias palavras da autora por aqui:

http://chic.ig.com.br/materias/357001-357500/357202/357202_1.html

terça-feira, 6 de março de 2012

Livro 54 - Marina - Carlos Ruiz Zafón


Livro 54 - Marina - Carlos Ruiz Zafón

Gosto de começar falando primeiro do autor, acho que ajuda a entender melhor um pouco de sua obra. Vamos lá. Carlos Ruiz Zafón é espanhol, nascido em 1964 em Barcelona, e praticamente fez da cidade personagem de seus livros.

Em 1993 ganhou o prêmio Ebedé de literatura com seu primeiro romance, O Príncipe da Névoa.

Apesar de Barcelona ser personagem de seus livros, ele atualmente vive em Los Angeles, trabalhando como roteirista de TV, e também como correspondente de alguns jornais espanhóis.

Carlos Ruiz consegue fazer uma história de suspense que nos prende do começo ao fm de Marina.

Tudo começa com Óscar, um garoto interno num colégio, que, num intervalo e outro, tem o hábito de sair do internato e passear pelos bairros próximos, com, em sua maioria, casarões abandonados. Em um desses casarões, ele encontra um gato, e resolve seguir o mesmo. Achando que o casarão é mais um casarão abandonado, ele se surpreende ao chegar perto e ouvir música vinda da casa. Nessa história toda, ele se assusta com a presença do morador e acaba levando um relógio, que estava olhando, quando o morador se aproxima dele.

Após dias de medo e incerteza, Óscar resolve voltar à casa para devolver o relógio ao seu dono, e conhece Marina, a filha de Germán.

A partir daí, os dois se envolvem em uma aventura, que, em princípio, era somente algo ingênuo e sem maiores interesses, com desdobramentos e personagens que os dois nem sonhavam em conhecer e se envolver, transformando toda a história em um suspense mágico que nos prende ao livro, atiçando nossa curiosidade.

Finalizo aqui com uma frase de uma crítica do USA Today:

"O talento visionário de Zafón para contar histórias é um gênero literário em si."

segunda-feira, 5 de março de 2012

Livro 53 - Fazendo as Malas - Danuza Leão


Livro 53 - Fazendo as Malas - Danuza Leão

Viajar - deslocamento de uma pessoa, por motivo específico, entre dois pontos determinados (origem e destino), utilizando, para isso, um ou mais modos de transporte. Utilizada para trabalho ou para visitar parentes, ou por diversão (turismo), e também as guerras, que faziam com que pessoas se deslocassem com objetivos definidos - defesa de território, conquistas de terras e até mesmo comércio.

Através da Revolução Industrial, as viagens de turismo aumentaram de número, devido à nova tecnologia. Em 1840 Thomas Cook promovo o primeiro "pacote turistíco", não fazendo muito sucesso, mas abrindo portas para um novo negócio - as agências de turismo.

Bom, logo após essa breve "introdução", vamos à autora, Danuza Leão. Para mim, Danuza é um mito, amo de paixão, além de ter (momento estou me sentindo) em comum com ela a paixão por táxi. Nada mais prático - quer ir embora, chama um táxi e pronto. Ela fala que não faz cruzeiro por causa disso - e se der vontade de ir embora?

Danuza tem experiência em viagens, já morou em Paris, trabalhando como modelo, e pegou o gosto por colocar o pé na estrada.

Neste livro, o que seria uma simples insônia virou roteiro de viagem. Sevilha.. e porque não Lisboa, que é tão perto? Ah, já que vou para Lisboa, para Paris é um pulo... E assim se organiza sua viagem à Europa.

A partir desse mote, Danuza vai contando suas peripécias, como seu hábito de levar "poucas coisas" - mas o seu conceito de pouco, confessa ela, é exagerado, e também dicas de passeios, hotéis e restaurantes de cada lugar - nada óbvios, diga-se de passagem.

E lá se vai Danuza, com 3 malas cheias, passeando pela Europa, onde se sentiu uma própria espanhola em Sevilha, e em casa em Paris, onde o dono do café da rua do hotel onde sempre se hospeda a recebe com um "já de volta, madame! Seja bem vinda". E corre o mundo atrás de novas emoções. Afinal, como ela cita:

"Voyager c'est prende un chemin sans jamais savoir où on va" - viajar é otmar um caminho sem saber aonde ele vai nos levar.




http://pt.wikipedia.org/wiki/Turismo

domingo, 4 de março de 2012

Livro 52 - Cultura e Dança em Mato Grosso - Beleni Salete Grando



Livro 52 - Cultura e Dança em Mato Grosso - Beleni Salete Grando

Beleni, que tive o prazer de conhecer, juntamente com seu marido, o artista plástico Claudyo Casares, é professora de Educação Física e doutora em Educação. Coordena o COEDUC - Núcleo de Estudos sobre o Corpo, Educação e Cultura, na Universidade de Mato Grosso - UNEMAT. Lá, desenvolve suas pesquisas sobre a cultura popular e o folclore mato-grossense, incorporando-as à práticas pedagógicas.

Vamos lá. Cultura popular é toda manifestação manifestação cultural (dança,  música, festas, literatura, folclore, arte, etc.) em que o povo produz e participa de forma ativa, sendo resultado de uma fusão entre pessoas de várias regiões, e sendo transmitidas de geração em geração.

Nesse livro, Beleni reune trabalhos de alunos do curso de Pedagogia da Unemat - Cáceres, a partir de pesquisas realizadas na disciplina Educação Física II.

Na cultura popular, a música e a dança possuem um papel importante. Através desta disciplina, os acadêmicos estudaram danças e festas típicas da região de Cáceres, valorizando não só o aprendizado, mas também a vivência dos mesmos, em contato com a realidade de seu município e comunidade.

As cidades que foram objeto de estudo são Cáceres, Lambari d'Oeste, Glória d'Oeste, Porto Esperidião, Rio Branco e Araputanga, cada um com suas danças e festas regionais, como Siriri, Cururu, Folia de Reias, Catira, Curussé, Rasqueado, São Gonçalo e Dança Cabocla.

Percebe-se claramente a influência da colonização paulista e também da influência externas - como dos indios Bororo e dos Chiquititos bolivianos.

Esse livro não é só recomendado para quem quer estudar e conhecer um pouco mais sobre Mato Grosso  e região, mas também para reconhecer a influência e a importância das manifestações culturais para a construção de nossa identidades.

Livro 51 - La Llorona - Marcela Serrano


Livro 51 - La Llorona - Marcela Serrano

Para mim, Marcela faz parte da alcatéia de Clarissa Pinkola Estés (autora de Mulheres que Correm com os Lobos). Clarissa fala dos mitos e arquéticos da "mulher selvagem".

Vamos conhecer um pouco da autora:

Marcela Serrano é chilena, nascida em 1951. Estudou Belas Artes na Universidade Católica do Chile, trabalhando no ambiente acadêmico e artístico, não só pela faculdade que cursou, mas também por causa de seus pais - o ensaista Horacio Serrano e a novelista Elisa Pérez Walker, que escrevia sob o pseudônimo de Elisa Serrana. Trabalhava com vários tipos de artes visuais. Com o golpe no Chile, se exilou em Roma, com seu primeiro marido.

Marcela se considera uma escritora tardia, pois começou a escrever aos 38 anos, sendo publicada aos 40.

La llorona é uma das mais famosas lendas mexicanas, embora haja relatos em toda a América latina sobre o mesmo "tema". No Brasil, é conhecida como a "mulher de branco". Na Venezuela, é chamada de "la sayona", e no México, como já dito, de "la llorona", sendo esta a versão mais antiga. É apontada como a deusa Cihuacóati, que, durante a conquista do México, gritava: "meus filhos! Onde os levarei, para não perdê-los?". No folclore hispânico, é considerada a alma penada de uma mulher que afogou seus filhos.

A protagonista, conhecida somente por "ela", teve seu bebê em um hospital, mas deixaram a criança internada. A criança morre, sem corpo para enterrar, sem nada. Simplesmente com a desculpa que não havia ninguém lá para reclamar o corpo, o hospital alega que teve que cremar o corpo. O que realmente aconteceu? A chorona é assassina ou salvadora?

Através de teias invisíveis, ela vai se unindo a outras mulheres, algumas na mesma situação, outras, como a advogada Olívia e a enfermeira Elvira, para ajudá-las a reescrever suas historias - talvez com final feliz, outras não, mas pelo menos com um desfecho.

Deixo um trecho de uma crítica de Arturo Pérez-Reverte, novelista e jornalista espanhol:

"Seus romances são sábios e lucidamente femininos. Ler Marcela Serrano é como entrar nos olhos de todas as mulheres do mundo."

Livro 50 - Apenas uma Mulher - D. H. Lawrence


Livro 50 - Apenas uma Mulher - D. H. Lawrence

Bom, apesar do atraso, por problemas de conexão de internet, vamos falar do livro 50, de 01/03 - Apenas uma Mulher.

Para começo, vamos ver a biografia do autor:

David Herber Lawrence, inglês, nascido em 1885, pertence à escola Modernista - que convergia literatura, artes plásticas, designe e inclusive a organização social. Essa escola queria "apagar" tudo o que era antigo, e substituir pelo novo, argumentando que a nova realidade do século XX era eminente e permanente, por issopessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo.

Devido à isso, sua obra foi considerada avançada, abordando temas como sexualidade e as relações humanas.

Apesar de várias críticas a seus livros, sua obra é importante porque retrata bem uma era influenciada por Freud e por Nietzsche.

Seu livro mais famoso é O Amante de Lady Chatterley, publicado em 1928. Para uma crítica mais profunda: http://resumos.netsaber.com.br/ver_resumo_c_46385.html.

Bom, conhecendo um pouco o autor, a Escola onde pertencia e o teor principal de sua obra, vemos que Apenas uma Mulher entra bem nesse histórico de temas como sexualidade e relações humanas. As mulheres de Lawrence são decisivas para a existência dos homens, de forma positiva ou não.

Banford e March são duas mulheres que vivem em uma propriedade rural no interior da Inglaterra. Juntas, trabalham e tentam sobreviver do lucro da granja, isoladas e independentes de homens. Uma bastava à outra. O autor não explicita uma relação homossexual entre elas, mas nem precisa. Suas personalidades se completavam, sendo que a natureza nervosa de Banford encontrava segurança na força calma de March.

Em um inverno, um jovem soldado aparece de repente na proprieda, alegando que morara ali anos antes com seus avô. Banford o recebeu como a um irmão mais novo. March, cautelosa, mas inquieta com a presença do soldado. Ele percebe isso em March e resolve que quer se casar com ela, e fazê-la "apenas sua mulher" - "...Queria que ela se rendesse a ele, e adormecesse seu espírito independente. Queria tirar dela todo esforço, tudo que parecia sua razão de ser. Queria fazê-la submeter-se, entregar-se, dispensar cegamente toda a sua parte consciente. Queria retirar dela o consciente, e fazer dela apenas a sua mulher. Apenas a sua mulher." (página 102)

Tirem suas próprias conclusões... vou me abster de fazer polêmicas, mais do que a obra do autor já causou e causa.

Esse livro foi escrito em 1923, com o título original de The Fox, e lançado em filme pela Warner Brothers em 1967. Para quem quiser mais informações sobre o filme, deixo o link do Imdb:
http://www.imdb.com/title/tt0062990/

quinta-feira, 1 de março de 2012

Livro 49 - A Via Crucis do Corpo - Clarice Lispector


Livro 49 - A Via Crucis do Corpo - Clarice Lispector

Sou suspeita de falar de Clarice, porque sou mega fã, mas vamos lá. Esse livro foi lançado em 1974, após um telefonema do poeta Álvares Pacheco, na época editor de Clarice na editora Artenova. Em princípio Clarice recusou fazer 3 contos por encomenda, dizendo que não sabia escrever assim. Mas durante o próprio telefonema, sentiu a inspiração crescendo - e no outro dia 3 contos já estavam prontos: Mis Algrave, O Corpo e Via Crucis. Acabou fazendo mais alguns, e lançando este livro, onde o corpo é o protagonista, em todas as suas formas.

Clarice confessa, na "Explicação", que se surpreendeu com esse trabalha, e fala que, se há indecência nos contos, a culpa não é dela. Tanto ficou consternada que não queria nem que seus filhos lessem seu trabalho, por vergonha. Queria lançar os contos com pseudônimo mas seu editor disse que se ela não tinha liberdade de escrever o que quiser, o que seria de seu trabalho? Clarice acatou.

Acho que, de longe, esse é um dos seus melhores trabalhos. Clarice nua e crua, fazendo o corpo protagonista de suas histórias, mesmo quando disseram que esse trabalho não era literatura, era lixo: "concordo. Mas há hora para tudo. Há também a hora do lixo."

Como fala a professora Ana Maria Chiara, na orelha do livro: Aceite o desafio e enfrente o desconcerto, caro leitor. A literatura de Clarice tem força."

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Livro 48 - O Melhor do Romance, Contos e Crônicas - Nelson Rodrigues


Livro 48 - O Melhor do Romance, Contos e Crônicas - Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues começou como jornalista, como o pai, Mário Rodrigues, no jornal do mesmo. Nascido em Recife, foi para o Rio de Janeiro com 2 anos de idade. E lá, na Zona Norte, foi seu grande laboratório.

Esse livro foi um presente da Folha, e traz textos de 8 livros de Nelson, entre contos, trechos de livros, inclusive seu livro de memórias e crônicas de futebol. Numa das crônicas, Nelson chama, pela primeira vez, Pelé de "rei"  - isso em 1958. Futebol era uma de suas paixões.

Nelson começou a escrever peças na década de 1940, se tornando um dos maiores dramaturgos do país. A curiosidade é que ele começou a escrever num período de vacas magras, achando que era uma boa forma de ganhar dinheiro.

Suas obras, Realistas, num período Modernista, causavam estranheza - principalmente entre os moralistas. Como cita Ruy Castro na Apresentação desse livro, até as pessoas que gostavam de Nelson, como o poeta Manuel Bandeira, estranhavam seus personagens, e perguntava para ele quando ele ia escrever sobre "pessoas normais". Nelson respondia: "Mas, meu querido Bandeira, eu escrevo sobre pessoas como você ou eu!".

Nelson mostrava a natureza humana como ninguém, em minha humilde opinião. Ele é fundamento. Escrevia sobre pessoas normais com desejos e fantasias inconfessáveis. Apesar de tudo, Nelson teve o reconhecimento que merecia antes de morrer, tendo inclusive, peças e contos transformados em série na Rede Globo - Engraçadinha e A Vida como Ela é.....

Como falei, Nelson é fundamento. Esse livro é um pequeno aperitivo do que nos espera sua obra. E, pode acreditar, ele abre o apetite por mais.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Livro 47 - Os Meninos Verdes - Cora Coralina


Livro 47 - Os Meninos Verdes - Cora Coralina

Cora Coralina, a Aninha feia da Cidade de Goiás, que começou a escrever aos 14 anos, mas por culpa dos percalços da vida, só lançou seus livros, escritos por suas mãos de doceira, aos 76 anos.

Um dos "culpados" por seu sucesso foi o poeta Carlos Drummond de Andrade: no Jornal do Brasil, a 27 de dezembro de 1980, o poeta dá seu recado:  "Não estou fazendo comercial de editora, em época de festas. A obra foi publicada pela Universidade Federal de Goiás. Se há livros comovedores, este é um deles.", sobre o livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais.

Cora lançou 8 livros, sendo 3 deles infantis, e Os Meninos Verdes é um deles.

O livro conta o nascimento dos meninos verdes, em 2 plantas do jardim da Casa Velha da Ponte. Os meninos foram descobertos pelo seu Vicente, jardineiro da Casa. Como lidar com eles? Como lidar com o novo, com o diferente? Nesse livro, que Cora "conta" para seus netos o acontecido, aprendemos isso - vovó Cora decide cuidar dos meninos.  A postura sem preconceito e compromissada de vovó Cora em relação à estranha realidade nos ensina a encarar com naturalidade situações inusitadas, a respeitar diferenças e a agir com responsabilidade e consciência.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Livro 46 - As Leis - Connie Palmen



Livro 46 - As Leis - Connie Palmen

Marie é uma estudante de Filosofia. Durante sete anos, ela conhece sete homens diferentes. O astrólogo, o epilético, o filósofo, o padre, o físico, o artista, o psiquiatra.

Cada homem revela algo para Marie, e através disso ela se revela e se descobre, através das leis que movem suas vidas - idéias, auto conhecimento, feminino e masculino.

Vencedor do European Novel of the Year Award, em seu lançamento, em 1992.

Simplesmente divino - ou filosófico, se preferirem. Não ganhou prêmio à toa, o livro é maravilhoso.

Recomendo.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Livro 45 - Muito Louco - Benjamin Lebert


Livro 45 - Muito Louco - Benjamin Lebert

Benjamin - Benni - é alemão. Nasceu com paralisia unilateral, que afeta o lado esquerdo de seu corpo. Isso fez com que tivesse dificuldades na escola, o que levou seus pais a matricularem Benni num colégio interno.

Lá ele conhece 5 amigos, e com eles ele vive as aventuras e desventuras de ser um adolescente, os problemas de crescimento, maturidade, garotas. Tudo entremeado com diálogos filosóficos e indagações sobre Deus e o que é a vida. Tudo muito Crazy - tudo muito louco.

O autor escreveu este livro quando tinha 16 anos, mais ou menos na época do colégio interno mesmo, mas o livro só foi lançado quando ele tinha 18 anos. Hoje, ele escreve para o suplemento de jovens adultos do Süddeutsche Zeitungo, o principal jornal de Munique, além de ter lançado mais livros e feito o roteiro adaptado do seu livro para o cinema.

Muito Louco - ou a vida não tão secreta dos jovens - mostra o que, acredito eu, a maioria dos pais não veem. Ou não querem ver. Tudo muito crazy, mesmo....

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Livro 44 - Bubos no Paraíso - David Brooks


Livro 44 - Bubos no Paraíso - David Brooks

Antigamente era fácil distinguir os burgueses dos boêmios. A separação era clara, tanto em posicionamento quando nos lugares onde os grupos frequentavam (ou não). Isso tudo acabou. Dionísio, o deus do abandono, se "harmonizou" com Prometeu, o deus do trabalho.

Bubos não tem cozinha, tem um laboratório de experimentações. Não tem carro, tem utilitarios 4x4 onde o máximo que a tração nas quatro rodas vai ser usada é em alguma rua mais esburacada. Não trabalham em empresas tradicionais, onde o "Homem Organizacional" prevalece - mas, sim, em empresas moderninhas, onde não há "hierarquias" definidas - chefias horizontais - e onde se trabalha inclusive finais de semana - por prazer.

Essa é a nova "classe alta", classe que está regendo e modificando status sociais e consequencias culturas nessa nova era de informação onde vivemos.

Mas sinceramente? É tudo muito muito chato. Tudo passa pelo racional e pelo sofrimento da experiência. As regras são tão "soltas" que seu efeito é o contrário. Como cita o autor, as crianças não são mais tratadas com palmadas e com uma dura disciplina, mas ao mesmo tempo não são mais livres - pulam de atividade para outra atividade, sempre regulada e estipulada por um adulto. É um paradoxo. Ao mesmo tempo que os bubos rejeitam regras dos burgueses, criam outras regras mais duras ainda.

Serão os bubos os novos reacionários?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Livro 43 - Alabama Song - Gilles Leroy


Livro 43 - Alabama Song - Gilles Leroy

Gilles Leroy é jornalista e escritor francês. Com Alabama Song, ele ganhou o prêmio Goncourt, em 2007, a mais importante premiação na França.

Zelda e F. S. Fiztgerald foram "o" casal nos anos 20. Incensados e badalados, viveram de maneira intensa toda a década, década esta que foi impar na história. Fosse em Nova York, Paris ou em alguma casa alugada em alguma cidade da Côte D'Azur, festas e badalação, junto com álcool, faziam parte da vida deles.

Em Alabama Song Gilles escreve os acontecimentos da vida do casal através da voz de Zelda. Mesmo que obra de ficção, é um soco no estômago ver "o outro lado" da história do casal, ver como Zelda poderia se sentir perante a vida que levavam. Suas possíveis dores e sofrimentos.

Confesso que acredito que Gilles tenha dado voz não a uma obra de ficção somente, mas lançado luz sobre a vida dessa mulher que viveu ao lado de um ícone da literatura. Me fez pensar se realmente Zelda não se sentia do jeito que o autor escreve, se não era tratada, nos hospitais psiquiátricos, do jeito que Alabama Song supõe que era... uma mulher que, de filha do Juiz da cidade, a Rainha do Sul, não passou a ser só uma sombra espoliada ao lado do marido, perdida na imensidão e na intensidade da vida que levaram....

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Livro 42 - Ou isto ou aquilo - Cecília Meireles


Livro 42 - Ou isto ou aquilo - Cecília Meireles

Cecília Meireles faz parte da minha vida - conheci sua obra através de minha avó. Ou isto ou aquilo foi um livro que ganhei quando tinha 8 anos de idade, e reencontrei o mesmo perdido na estante.

Cecília nasceu em 1901, no Rio de Janeiro. Foi educadora, trabalhando como professora desde que se formou na "Escola Normal do Rio de Janeiro", em 1917. Ela ajudou a crirar a primeira biblioteca infantil do país. Além disso, sempre valorizou a cultura brasileira, como pode ser vista em sua obra sobre a Inconfidência Mineira, por exemplo.

Ou isto ou aquilo é mais que um livro de poesia para crianças. É um livro com ritmo, musicalidade, vocabulário. O poema que dá nome ao livro reflete, por exemplo, uma série de oposições, representando bem o universo infantil, que ela, como educadora, conhecia muito bem.~

Seus poemas não ficam restritos à leitura infantil. Serve para encantar e relembrar "crianças" de todas as idades.

Livro 41 - Carnavais, malandros e heróis - Roberto DaMatta


Livro 41 - Carnavais, malandros e heróis - Roberto DaMatta

Carnavais, malandros e heróis - para uma sociologia do dilema brasileiro foi o livro para a terça-feira gorda de Carnaval, mas por problemas técnicos (internet fora do ar) posto somente hoje.

Roberto DaMatta é um profissional de múltiplas atividades – conferencista, professor, consultor, colunista de jornal, produtor de TV e, acima de tudo, antropólogo. Seu objeto de estudo principal, podemos dizer, é o Brasil.

Neste livro, DaMatta faz um estudo sobre o Carnaval e seus personagens - da divisão do espaço da rua e do espaço da casa, até a inversão de papéis: a classe dominada - representada pelos pobres da comunidade - nessa época do ano viram reis e rainhas, ensinando a classe dominante a sambar, a brincar, a sair do "espaço sagrado casa" para a rua.

Há muito mais coisas envolvidas em tudo isso. Muito mais. Procurando mais informações sobre o professor DaMatta, achei um texto muito bom sobre esse livro:

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/c/carnavais_malandros_e_herois

Apesar da linguagem escrita em "sociologuês", como fala no texto indicado acima, acredito que esse seja um livro fundamental para ajudar a responder a pergunta que o próprio autor coloca no livro: o que faz o brasil, Brasil?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Livro 40 - Os Anos Loucos - Paris na Década de 20


Livro 40 - Os Anos Loucos - Paris na Década de 20 - William Wiser

Paris, logo após a Primeira Guerra Mundial. A cotação do franco em relação ao dólar chegava a 1 franco = 25 dólares. Isso permitiu que americanos, convocados para lutar na guerra, e outros, atraídos pela fama de Paris, ficassem e vivessem relativamente bem na cidade.

Americanos como E.E. Cummings, Ernest Hemingway, Gertrude Stein, a princesa de Polignac, fora outros como Picasso, Miró, D. H. Lawrence, James Joyce, Man Ray, Salvador Dalí, F. Scott Fizgerald...

São muitos. E ajudaram a criar a eterna festa que era Paris nos anos 20, onde Chanel se destacava e Gertrude Stein apadrinhava jovens escritores e artistas como Picasso.

O período foi de festa, de folies, onde os conceitos de liberté, igualité, fraternité foram levados ao pé da letra. Um período onde todos se divertiram, e os que não viveram, sentem inveja dos que viveram. Século nenhum irá conseguir reviver e recriar o que foi os anos 20 para Paris. E para o mundo.

Paris serviu de inspiração para vários livros:

A autobiografia de Alice B. Toklas - Gertrude Stein
Paris é uma festa - Ernest Hemingway
Suave é a Noite - F. Scott Fiztgerald
Os Anos 20 - Edmond Wilson

Esses são só alguns, mas serve como um aperitivo para saborear essa década deliciosa.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Livro 39 - Fiesta - Pense Positivo - David Baird


Livro 39 - Fiesta - Pense Positivo - David Baird

Esse acho que é o terceiro livro do David Baird que tenho e que posto aqui. São livros pequenos, mas animadores - muito mais do que auto ajuda, na minha opinião.

Dessa vez, David nos incentiva a "fazer limonada dos nossos limões".  Mudar a perspectiva, mudar nossa maneira de ver as coisas... porque podemos ter a incapacidade de mudar a situação, mas podemos mudar como nos sentimos a respeito de tudo - ou "fazer a limonada" ou amargar o limão mesmo...

O que para você é um limão, para outra pessoa pode ser o sonho da vida.

Afinal, como disse a personagem de um filme: "todos nós temos problemas, como lidamos com eles é que mostra nossa força e nosso valor."

Então, pense positivo!!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Livro 38 - A Vida Imortal de Henrietta Lacks - Rebecca Skloot


Livro 38 - A Vida Imortal de Henrietta Lacks - Rebecca Skloot


Talvez vocês se pergunte - quem foi Henrietta Lacks? Bom, se você toma ou tomou vacina contra pólio e remédio na vida você foi beneficiado/a pelo legado de Henrietta.

Em 1951 uma jovem mulher negra no estado de Maryland, Estados Unidos, se sentiu mal e foi ao hospital. Com 5 filhos, uma vida no campo de tabaco e pretendendo engravidar novamente, ela descobriu o pior - estava com câncer no colo do útero.

Após o início do tratamento, no Johns Hopkins Hospital, na ala de "gente de cor" (sim, isso existia, e sim, eram chamados desse jeito), um dos médicos, espantado com o tumor, retirou de seu corpo algumas células e os enviou a um colega médico, que lutava para manter vivas células de tecidos humanos em laboratório. Surpreendentemente, as células colhidas de Henrietta Lacks não só sobreviveram como se multiplicaram de maneira nunca antes vista na ciência. Células esta que foram rebatizadas de HeLa (se lê rí - la) e foram encaminhadas a pesquisadores do mundo inteiro. Logo após, começaram a ser comercializadas para o mundo inteiro também. Ou seja, oque começou como uma pesquisa científica virou um comércio - o comércio de tecidos, seja para pesquisadores em universidades, seja para a "pequena" indústria farmacêutica.

Tudo isso aconteceu sem o consentimento da família.

Rebecca, a autora, foi atrás da história de Henrietta e sua família, para saber seu verdadeiro legado e como o legado científico afetou a vida da família, pois somente souberam muito tempo depois o que aconteceu.

Muito mais do que contar a história dos Lacks, é levantado um questionamento ético e moral para os dias de hoje e o futuro - o uso de tecidos humanos com fins comerciais. De discriminação por tendências genéticas até o uso de placentas sem o conscentimento, é um campo onde os envolvidos, em sua maioria, agem como avestruzes - enviando a cabeça em um buraco, e fingindo que nada está acontecendo, embora a outra parte fale: vamos discutir isso.  De distribuição de graça para pesquisa, virou um negócio milionário, que, ao invés de ajudar, prejudica as pesquisas científicas (a briga entre Estados Unidos e França pela descoberta do vírus da Aids está aí para comprovar.).

É um livro para se ler, refletir o que os "homens da ciência" faziam e fizeram com as pessoas (principalmente com as chamadas minorias) e ainda fazem conosco, sem nosso conhecimento. E consentimento.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Livro 37 - As Poderosas Rainhas - Amy Dickinson


Livro 37 - As Poderosas Rainhas - Amy Dickinson

Amy Dickinson é uma famosa jornalista e colunista nos Estados Unidos. Sua coluna Ask Amy é publicada em vários jornais, de costa a costa.

Neste livro, ela conta sua vida, após um divórcio e com uma filha de 2 anos para criar, e como teve o apoio da família - como diz o título, das mulheres de sua família.

Mulheres divorciadas, largadas, filhos sem pai, "fracassadas", como são vistas. Mas que carregam dentro de si a força que faz com que a engrenagem "família" se mantenha em funcionamento. Com trabalho, dignidade e lutas. Poderosas Rainhas.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Livro 36 - A Instrução dos Amantes - Inês Pedrosa


Livro 36 -  A Instrução dos Amantes - Inês Pedrosa

O primeiro livro que eu li de Inês foi Fazes-me Falta. Super recomendo, me apaixonei. Falha minha, sempre comprava outros livros, mas nada mais de Inês.

Selecionando, uns dias atrás, uma lista de livros dela para comprar, fiquei ligada nos preços e nos nomes dos ditos livros. Como já falei aqui, amo banca de revistas e agora supermercado para comprar livro - achei esse livro dela, A Instrução dos Amantes, por 9,90 no Extra. Mais barato que nos sebos virtuais que eu pesquisei....

Bom, descobri que Inês, jornalista portuguesa, lançou esse livro em 1992, iniciando assim uma próspera carreira literária. Foi incensada pelos próprios colegas de profissão e pelos críticos.

O livro fala de um grupo de adolescentes, descobrindo e vivendo o amor e os relacionamentos em geral. Mas quem espera uma literatura infanto-juvenil pode se preparar para outro tipo de literatura. Poética. O grupo de adolescentes é só um pano de fundo para as linhas maravilhosas de Inês.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Livro 35 - Fiesta - Para dizer "Eu te Amo" - David Baird


Livro 35 - Fiesta - Para dizer "Eu te Amo" - David Baird

Ek is lief vir jou, Aami tomaake bhaalo baashi, Chit pa te, Miluji te, Ngo oi ney, Volim te, Jeg elsker dig, Rw'uin dy garu di, S'ayapo, Aloha wau ia oi.... como dizer eu te amo em Africano, Bengalês, Birmanês, Checo, Chinês, Croata, Dinamarquês, Galês, Grego, Havaiano... e como demonstrar o amor em várias formas....

Homenagem ao Dia de São Valentim (Valentine's Day), o Dia dos Namorados gringos, que se comemora hoje... e viva o amor!

Livro 34 - A Arte de Ter Filhos - Véronique Vienne


Livro 34 - A Arte de Ter Filhos - Véronique Vienne

Para todos que querem e/ou gostam de crianças, esse livro é um amor. Dicas, ensinamentos e conselhos, mas beeeem longe do "manual do que esperar quando você estiver esperando/já teve/está amamentando" e afins que sempre pululam em lançamentos nas livrarias e bancas, com livros e revistas sobre o tema.

Para completar "minha trilogia" dos livros de Véronique Vienne. Ah, as fotos do livro foram feitas pela filha dela, Jeanne Lipsey, assistente de fotografia de vários filmes (como a belíssima fotografia de O Encantador de Cavalos). Infelizmente não consegui achar fotos do livro para postar aqui....

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Livro 33 - A Cultura das Aparências - Daniel Roche


Livro 33 - A Cultura das Aparências - Daniel Roche

O livro de Daniel Roche, com o subtítulo de "uma história da indumentária nos séculos XVII e XVIII é fruto de pesquisas feitas pelo autor em documentos antigos (inventários, certidões), e faz uma comparação sobre posses e vestuário de várias classes sociais: nobres, artesãos, lojistas, empregados.

Agora, uma pessoa muito melhor do que eu para falar sobre o livro é o professor João Braga. Deixo aqui link com um texto dele:

http://subrosa3.wordpress.com/2007/12/16/a-cultura-das-aparencias-daniel-roche/

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Livro 32 - Beau Geste - P. C. Wren


Livro 32 - Beau Geste - P. C. Wren

Esse livro foi escrito em 1924, pelo escritor inglês P. C. Wren. Foi adaptada para o cinema várias vezes (1926, 1939, 1966 e 1982).

O livro se divide em duas partes. Na primeira, um oficial francês, da Legião Estrangeira, em serviço na África, conta para o amigo inglês, também da Legião, sobre uma missão em um forte no meio do deserto, e alguns acontecimentos lá que envolviam uma amiga inglesa de ambos, Lady Brandon.

Já a segunda parte conta o "outro lado" da história - as aventuras de Michael "Beau" Geste, sobrinho de Lady Brandon. A narrativa é contada por seu irmão mais novo, John, sobre como "Beau Geste, seu irmão gêmeo e John, envolvidos no roubo de uma jóia da tia e da entrada dos três na Legião Estrangeira.

Confesso que no começo achei meio tedioso, mas a medida que a história se desenrola, prende nossa atenção de uma maneira tal que não dá vontade mais de largar o livro.

Adoraria ver uma das versões cinematográficas, ou algum remake novo.... Super recomendo!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Livro 31 - A Manhã de um Senhor - Leon Tolstoi


Livro 31 - A Manhã de um Senhor - Leon Tolstoi

Tolstoi, um dos "grandes" russos... Gostei do livro, que na verdade, pelo menos o meu, reune 3 contos: A Manhã de um Senhor, Três Mortos e O Sonho.

Vamos nos fixar no que dá nome ao livro. O grande proprietário rural, jovem, quer ajudar seus camponeses a melhorarem de vida, através de exemplos, ajudas, conselhos. Mas o que ele encontra? Descrédito, preguiça, superstições...

De certa maneira o livro é um pouco autobiográfico, pois Tolstoi, desiludido e preocupado com a educação rural, montou uma escola, e ele próprio fez todo o material escolar e dava as aulas.

A história me lembrou uma frase do próprio Tolstoi:

Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo.
Esse foi o erro do príncipe Nekliudov.....

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Livro 30 - Medo e Delírio em Las Vegas


Livro 30 - Medo e Delírio em Las Vegas  - Hunter S. Thompson

Hunter é considerado o pai do "gonzo jornalismo":
Gonzo é um estilo de narrativa em jornalismo, cinematografia ou qualquer outra produção de mídia em que o narrador abandona qualquer pretensão de objetividade e se mistura profundamente com a ação.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo_gonzo

O mais famoso texto gonzo é "Fear and Loathing in Las Vegas" (literalmente "Medo e asco em Las Vegas", lançado no Brasil em 1984 pela editora Anima como "Las Vegas na Cabeça"), originalmente uma matéria sobre uma corrida no deserto, a Mint 400, encomendada pela revista Rolling Stone. Thompson gastou todo o dinheiro com drogas e álcool, fez enormes dívidas no hotel, destruiu quartos e fugiu sem pagar. Não cobriu o acontecimento e, no lugar da matéria que deveria escrever, descreveu o ambiente sob seu ponto de vista entorpecido e virou o precursor de um novo estilo jornalístico.


Essa é a definição da Wikipedia.

Eu falo que é uma viagem de ácido, mescalina, "vermelho", adrenocromo, cocaína e muito álcool na nossa cara. Tudo!!!

o pai do jornalismo gonzo

Para quem se interessar, tem filme: http://www.imdb.com/title/tt0120669/

E viva Las Vegas!!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Livro 29 - O Último Magnata


Livro 29 - O Último Magnata - F. Scott Fitzgerald

Fitzgerald morreu, após sofrer um ataque cardíaco, um dia depois de escrever o capítulo Seis desse livro. O que temos em mãos, é, na verdade, um rascunho do autor. Após a história, há várias anotações de Fitzgerald e também uma carta a seus editores, comentando sobre as alterações e modificações que ele pretendia fazer na história.

Eu sou suspeita para falar sobre seus livros, porque sou fã incondicional, de Grande Gatsby passando por Suave é a Noite (confesso que estou louca para comprar Alabama Song, livro de Gilles Leroy, sobre o conturbado casamento entre Scott e Zelda).

Amei O Último Magnata, sobre os bastidores de Hollywood e a guerra de egos que ocorre lá. Se já gostei do que li, fico imaginando como seria o romance após todas as alterações que Scott intencionava fazer....

Para quem se interessar, há um filme com Robert de Niro no papel de Monroe Starr, de 1976:

http://www.imdb.com/title/tt0074777/

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Livro 28 - Fiesta! Atreva-se a Mudar


Livro 28 - Fiesta! Atreva-se a Mudar - David Baird

Infelizmente o ser humano é muito comodista, entra numa zona de conforto e é difícil sair, mesmo que se queira.

Acho que por isso "criaram" os livros de auto-ajuda....

Bom, voltando ao livro: é um livro muito "incentivador", sem ironia. Quando se lê dá realmente vontade de sair mudando as coisas ao nosso redor e na nossa vida. Por tempero, sabe?

A sinopse do livro:

"Amplie seus horizontes e faça de cad dia uma ocasião para comemorar. Este livro é um pequeno guia revitalizante para que você consiga o melhor em sua vida. Quebre sua rotina, escolha um novo caminho e deixe que este caminho o leve a um mundo cheio de aventuras. Atreva-se a mudar."

Vou aproveitar e fazer algumas modificações em mim, na vida, no mundo....hahaha

PS: não consegui achar uma foto melhor da capa, sorry.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Livro 27 - A Metamorfose


Livro 27 - A Metamorfose - Franz Kafka

Confesso que esse livro não era novo aqui em casa, mas como sempre ouvi críticas negativas - que Kafka era muito deprimente, entre outras - não tive coragem de "encarar" o livro.

Mas a curiosidade falou mais alto, e resolvi atacar A Metamorfose. Simplesmente A M E I. O conto foi escrito em 1912, mas publicado somente em 1915.

"Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de inseto."
E assim começa a história de Gregor e a reação de sua família frente à sua transformação. De certa forma acredito que todos nós somos Gregor Samsa em algum período de nossa vida - de arrimo de família, de peça importante em algo, por algum momento fraquejamos, ou por causa de doença, ou outro motivo, e vemos que a reação e ação das pessoas em relação à nós muda. Gregor, de sustento da família, passou a ser O Incômodo, o que não se toca no assunto, o que não recebe atenção.

Disseram que essa não era a obra prima de Kafka. Não li outras obras dele para poder opinar. Mas essa, com certeza, mostra bem o homem transformado em "máquina". Quando não "funciona" de acordo com os padrões vigentes, vira um objeto inútil e inconveniente.

Eu já me senti  Gregor Samsa, e vocês?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Livro 26 - A Arte de Viver Bem com as Imperfeições


Livro 26 - A Arte de Viver Bem com as Imperfeições - Jeitos Simples de ficar em paz com nossos pequenos defeitos - Véronique Vienne com fotos de Erica Lennard

Dia desses li outro livro da mesma autora. Mas, vamos ao que interessa: o livro atual. Somos bombardeados por todos os lados com "A Perfeição": casa perfeita, corpo perfeito, casamento perfeito, filhos perfeitos, comportamento perfeito, festa perfeita, decoração perfeita. Como se a vida fosse um manual de instruções, para que "A Perfeição" se manifeste e seja reproduzida por todos nós.

Não é isso que acontece. A vida não vem com manual, nós cometemos gafes, pagamos mico, não temos a casa tão organizada quanto achamos que devíamos ter, não nos alimentamos da comida considerada ideal (que varia de médico para médico, de pesquisa para pesquisa), não fazemos tanto exercício quanto é considerado ideal, e aí cada um completa a lista com suas próprias palavras e idéias. E tudo se resume a uma coisa só: CULPA.

Véronique Vienne, neste livro, mostra que não precisamos ser perfeitos para alcançar a felicidade, e nos ensina a ver com humor nossas falhas e nossos erros. Termino deixando uma frase do livro:

"Os melhores momentos costumam acontecer nosmomentos mais improváveis."

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Livro 25 - Tudo em Cor-de-Rosa

Livro 25 - Tudo em Cor-de-Rosa - Yolanda Penteado

Bom, esses dias o livro foi Yolanda, de Antonio Bivar. Ele cita que Yolanda escreveu suas memórias, em 1976, e resolvi comprar, em um sebo, o livro.

Como o próprio título fala, é bem cor de rosa. Me lembrei de uma frase de Hannah Arendt: tudo é possível de se suportar se contado como história. Não sei se a vida de Yolanda foi realmente tão cor de rosa assim, embora ela mesmo fale que, quando casou, era uma menina fútil, e que vivia bem, de festa em festa, com longas estadias em Paris e em outras capitais européias. Mas é assim que ela prefere lembrar sua vida, então resta-nos acatar.

Apesar de tudo isso, quem poderia mais ter a introdução e o prefácio escritos por Sérgio Buarque de Holanda, um dos maiores historiadores do noss país, e Gilberto Freyre, aquele de Casa Grande & Senzala, que, em sua biografia, é considerado sociólogo, antropólogo, historiador, escritor e pintor brasileiro? Somente Yolanda, chamada por Charles Chaplin de Pink in Pink!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Livro 24 - O Melhor de Carmen da Silva


Livro 24 - O Melhor de Carmen da Silva - Coletânea de artigos publicados ao longo e quase 22 anos na revista Claudia


Carmen foi uma psicanalista e escritora que começou a escrever para a revista Claudia a coluna "A Arte de Ser Mulher", em 1963.
Se ela é, para alguns, "moderninha", imagina na época, como não foi um escândalo seus artigos, empurrando as mulheres para frente, incentivando-as a tomarem iniciativa em suas vidas, contra o padrão vigente que a mulher tinha que merecer a atenção e o amor do homem - ou seja, se anulando e "adulando" o homem, mimado e agressivo, em muitos dos casos.

Carmen, gaúcha, morou muitos anos fora do Brasil, e quando chegou, sentiu a diferença do comportamento feminino. Foi ai que surgiu a chance da coluna, e ela não se fez de rogada. Colocou por terra o velho argumento de "não sou feminista, sou feminina". Como se, hoje em dia (porque naquela época não tinha), poder ir numa Delegacia da Mulher registrar um boletim de ocorrência "Maria da Penha" fosse somente "feminino". Não se dá valor às mulheres que lutaram pelos nossos direitos, que sim, tem que melhorar muito em muitos aspectos, mas que graças à essas mulheres, temos já nossos direitos.

Lendo esse livro, me surpreendia as vezes por sua modernidade, mesmo tendo artigos escritos antes mesmo de eu nascer. É, de certa forma, um tapa na cara da sociedade e de nós, mulheres.

Super recomendo para todas - e todos - que querem e precisam entender um pouco mais do universo feminio.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Livro 23 - O livro secreto de dieta das divas de Hollywood


Livro 23 - O livro secreto de dieta das divas de Hollywood - Kym Douglas e Cindy Pearlman

Ufa, depois desse nome comprido... vamos ao livro. Se alguém acha que vai descobrir a "América" com este livro, está redondamente enganado. Sim, as dicas variam, pois entrevistam vários nutricionistas e personal trainers, mas o básico todo mundo sabe: menos gordura, menos carboidratos de fácil absorção, como a turma dos brancos: farinha branca, pão branco, macarrão branco, etc e tals...

Ou seja, mesmo que você seja a Cameron Diaz ou o Cuba Gooding Jr. ou mesmo o Matthew Mcconaughey (com a licença de Camila Alves), é sempre a mesma dica: controle do que come e exercícios. Mas é um livro divertido, isso sim.

Diz que uma das autoras passou do manequim 46 para o 40 só seguindo as dicas coletadas...

Já fiz minha lista de compras e amanhã vou tirar a poeira dos meus tênis... Há!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Livro 22 - Almanaque da Mulher


Livro 22 - Almanaque da Mulher - O universo feminino nos anos 80,90 e 2000 - Lucy Onodera

Sim, o livro foi escrito pela dona da Clínica Onodera, famosa por seus tratamentos estéticos. Bom, vamos ao livro. Tá, é interessante ler sobre como era a sociedade, principalmente a vida das mulheres, nessas décadas, mas tipo, falar, sobre os anos 80, que a juventude se balançava ao som de "Material Girl" da ex atriz pornô e agora cantora Madonna? OI? Sabia que ela tinha posado nua e tals, mas atriz pornô? Essa é nova para mim.

Outra coisa: quando a autora fala sobre os geógrafos analisando o cometa Halley. Vamos lá:

Definição de Geógrafo:" Geógrafo é o profissional cuja área de estudo é a interação entre a natureza e a sociedade. São historicamente conhecidos como profissionais ou cienistas que elaboram mapas que mais especificamente é a área de estudo chamada de cartografia, um dos temas da Geografia, assim como a climatologia e a geomorfologia."

Bom, agora vamos ao que eu acho que está correto: o ASTRÔNOMO:

"O astrônomo tem como objetivo observar, estudar e pesquisar os fenômenos que ocorrem no universo, bem como desvendar os mistérios de seu surgimento e a evolução de estrela e galáxias."

Agora, vocês decidem o que é o correto no livro. Pá!

Outro detalhe que percebi foi a autora ter colocado o surgimento dos Clubbers nos anos 2000. Quem acompanhava o blog da Erika Palomino e seu livro "Babado Forte" sabe que os tempos áureos dos clubbers se deu nos anos 90:

"Clubber, termo em inglês, atribuído a pessoas que frequentam danceterias (os clubs em inglês), que foram comuns nos anos 90, ajudou a elevar o Techno ao mainstream, e a cultura noturna pelas grandes metrópoles."

http://pt.wikipedia.org/wiki/Clubber

O livro pode ser uma viagem gostosa no tempo, quando cita Flashdance, a caneta Replay (que vinha com uma borracha na tampa para apagar a tinta da caneta), entre outras coisas que a gente usava (roupas da Madonna incluidas - eu usava os laços de tule na cabeça... era muito nova para me encher de crucifixo e sutiã para fora da roupa..hahaha). Mas peca por pequenos detalhes.

Para recordar:

http://www.youtube.com/watch?v=ILWSp0m9G2U

(viva Flashdance)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Livro 21 - De Alma Leve


Livro 21 - De Alma Leve - sutilezas do cotidiano - Joyce Pascowitch

Joyce é jornalista, já trabalhou na Folha de São Paulo, na revista Quem, na GloboNews, entre outros meios. Há 12 anos tem o site Glamurama, com notas sobre a vida social brasileira, moda e outros assuntinhos afins. Além do site, ela edita quatro revistas: "Joyce Pascowitch", "Poder", "Moda" e "Modos de Viver".

Nesse site, Joyce possui um blog, chamado "Eu, Joyce" (http://eujoyce.glamurama.uol.com.br/), onde ela divide pedaços de seu cotidiano com os leitores, como um diário virtual.

O livro, lançado em 2005, traz um apanhado desses "pedaços". Com simplicidade, sinceridade e humor, o livro realmente deixa a gente com a "alma leve"... recomendo!

Livro 20 - A Arte de Não Fazer Nada


Livro 20 - A Arte de Não Fazer Nada - jeitos simples de dar um tempo todo dia - Véronique Vienne com fotos de Erica Lennard - Publifolha

Olhem essas fotos:






O livro foi escrito pela jornalisa Véronique Vienne, com essas fotos maravilhosas de Erica Lennard. Ele é muito mais do que um livro com "dicas" para relaxamento. É poético. Sim, o livro fala sobre a arte de respirar, arte de meditar, de tomar banho, de ouvir, de saber esperar  e outras ótimas dicas. O texto de Véronique juntamente com as fotografias de Erica Lennar transformam o livro numa viagem lúdica e muito prazeirosa.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Livro 19 - Julie & Julia


Livro 19 - Julie & Julia - Julie Powel

Ontem não consegui escrever sobre o livro. É algo engraçado que acontece, ou talvez eu que seja meio louca. Preciso sentir o "espírito" do livro, sua "alma", para poder escrever. E depois de ler Julie & Julia fiquei pensando e tentando capturar sua alma...

Confesso que acredito que essa dificuldade com esse livro se deva ao fato de, em vários aspectos, me identificar com Julie (e com a Julia, conforme Julie escreve ao final). E também de ficar com raiva de Julie. Pode? Pode... fazer o que. Julie escreve de maneira desconcertante - sua sinceridade, suas expectativas, tudo. As vezes dava vontade de falar: "fia, para de cozinhar e vai limpar a casa, vai", pela descrição que ela dava de sua própria cozinha... hahahaha.

Bom. Depois de pensar, acho que encontrei a "alma" do livro, que é, segundo a autora, a alma de Julia Child: alegria e possibilidades.

Foi isso que Julie descobriu, e acho que casa bem com toda a história. Alegria... e saber enxergar todas as novas possibilidades da vida...

... e bon appetite!

Julie Powel e..


.... sua musa inspiradora, Julia Child, fazendo parecer que desossar um pato é a coisa mais fácil do mundo...